Esperar The Last Guardian sem dúvidas foi uma jornada. Desde seu anúncio em 2009 foi uma sequência de altos e baixos, em alguns momentos acreditávamos que ele seria lançado e em outros temíamos que seria cancelado. O jogo mudou de geração, pediu ajuda de diversas outras equipes e fez Ueda sair da Sony, onde trabalhava desde 1997.
Enquanto o tempo passava, as pessoas começavam a considerar que tantas promessas e hype só poderiam levar a uma coisa: decepção. Quase uma década de desenvolvimento, dois jogos altamente elogiados no currículo e com todos esperando algo sensacional, seria difícil satisfazer as expectativas. Mas agora o jogo chegou. Valeu a pena? Nós finalmente temos essa resposta!
Análise sem spoilers, fique tranquilo!
O jogo segue a história de dois personagens, um garoto e uma criatura gigante conhecida como "Trico". O garoto acorda sem saber onde está ou como chegou ali e encontra a criatura ao seu lado, presa e debilitada. Embora no primeiro momento ela esteja irritada e hostil, facilmente conquistamos sua amizade e começamos a trabalhar juntos para um mesmo objetivo: escapar desse local estranho.
O local em si é uma série de ruínas fechada dentro de uma enorme montanha. É um local misterioso, com habitantes hostis e de onde é muito difícil escapar. Os dois precisam atravessar muitas dificuldades nessa jornada e isso constrói o principal eixo do jogo: a relação entre eles.
Conforme avançamos nossa relação fica mais forte e isso deixa o jogo sensacional. Existem momentos específicos que provam a força da amizade deles e mostram que eles estão dispostos a fazer de tudo um pelo outro. São momentos únicos, com uma carga emocional muito forte e que são de arrepiar.
O jogo explica bastante da história dos dois através de alguns flashbacks e da narração do garoto, no final somos capazes de entender a maior parte do que acontece com eles. Mas para meu grande alívio existem dezenas de coisas na mitologia do jogo que são deixadas para a interpretação, assim como em Ico e em SotC. É um mundo misterioso e encantador que estimula nossa mente a pensar na explicação e na história por trás dos elementos que o compõem.
O gameplay consiste na exploração dos cenários e na solução de puzzles, sendo que praticamente todos envolvem Trico de alguma forma. Aí temos que lembrar que Trico é uma inteligência artificial feita para agir como um animal, portanto nem sempre nos obedece de primeira e às vezes já sabemos como resolver o puzzle, mas demoramos um pouco mais por causa dele. Mas se incomodar com isso é não entender o conceito do jogo. Ao menos que você esteja tentando conquistas o troféu de terminar o jogo em menos de 5 horas. A Team Ico tem que parar com esses troféus speedrun em jogos desse tipo!
Os puzzles não são complexos. Às vezes até travamos, mas só por não notar o óbvio ou por criar soluções mais mirabolantes que o necessário.
Existem combates na história, mas não dá pra dizer que eles são parte importante do gameplay. Até podemos fazer alguma coisa, mas não é realmente necessário, geralmente apenas esperamos até que ele vença os inimigos.
Existem combates na história, mas não dá pra dizer que eles são parte importante do gameplay. Até podemos fazer alguma coisa, mas não é realmente necessário, geralmente apenas esperamos até que ele vença os inimigos.
Mas os combates não são as únicas cenas de ação. Na verdade temos várias cenas emocionantes pelo caminho, seja fugindo de inimigos ou escapando de uma estrutura desmoronando. Os momentos separados de Trico também adicionam uma variedade. Precisamos planejar nossas ações, agir sorrateiramente e evitar totalmente o confronto direto.
Temos alguns pontos em que precisamos cuidar de Trico. Com fome ele
deixa de seguir nossos comandos, então precisamos alimentá-lo. Depois de
batalhas também precisamos acalmá-lo e retirar qualquer lança presa em
seu corpo, para que ele possa se locomover normalmente.
Como fãs de Ico/SotC, o gameplay básico é bem o que conhecemos, os comandos e a movimentação são característicos da Team Ico. Eu apenas esperava um pouco mais da escalada, pois considerando que só escalamos Trico achei que seria mais avançado que Shadow of the Colossus, mas acontece o contrário, escalar os colossos ainda é mais fácil e satisfatório.
Outra coisa que atrapalha a mobilidade é a câmera. É comum ela ficar obstruída, principalmente quando Trico nos acompanha em locais apertados. A gente vai se acostumando, mas realmente traz alguns problemas.
Visualmente o jogo é muito bonito. Tecnicamente tem falhas, mas é lindo mesmo assim.
Os cenários são deslumbrantes. O jogo tem áreas gigantes e muito detalhadas, criando uma sensação de imensidão, mistério e magia, uma atmosfera que só um estúdio como a Team Ico faria. Durante a jornada atravessaremos cavernas, bosques e torres e todos têm seu charme. Particularmente, as primeiras áreas abertas que encontrei me deixaram impressionado. Ainda mais quando vemos Trico correndo pelo cenário como se fosse um pequeno animal de estimação.
E é justamente ele a outra parte boa do visual. A equipe deu uma atenção especial para transformá-lo na estrela do jogo e conseguiu, pois ele rouba totalmente a cena. Afinal, se ele não se parecer com uma criatura real não dá para criar o carinho que o jogo pede, mas Trico cumpre seu papel, seus movimentos e suas expressões dão uma profundidade ao personagem e nos leva a apreciar sua companhia.
Não é incomum interromper um pouco o jogo para olhar o que ele está fazendo, ou voltar um pouco do caminho para fazer um cafuné, principalmente quando ele enfia a cabeça em um corredor estreito. O jogo não precisa pedir, é espontâneo.
O único ponto fraco no visual é o garoto, que é bem simples em comparação. Possivelmente uma escolha artística da equipe para diferenciar as coisas. Outro problema notado é o frame-rate, que realmente tem quedas bem notáveis.
A música é sutil e gostosa de se ouvir. Está ausente em boa parte do jogo, mas quando aparece faz a diferença. Nos outros momentos ficamos com o som ambiente. É uma escolha artística que deixa o jogo mais calmo e minimalista e não dá para reclamar, funciona muito bem dessa forma.
Claro que também existem as músicas tensas para os momentos emocionantes. Mas no geral o sentimento que o jogo passa é a tranquilidade.
Nota do KIQ: Uma jornada extraordinária
Então valeu a pena esperar isso tudo? Valeu! E como!
O jogo cumpre com as expectativas e, principalmente para quem é fã de Ico ou de Shadow of the Colossus, é um título obrigatório. A magia e o charme que amamos voltou com toda a força e trouxe mais uma jornada cheia de aventura e emoção.
É uma história inesquecível de confiança e amizade que realmente cria laços com o jogador. Ele nos faz correr para chegar ao final e nos deixa tristes ao saber que acabou. É um jogo único que vale cada minuto.
Outra coisa que atrapalha a mobilidade é a câmera. É comum ela ficar obstruída, principalmente quando Trico nos acompanha em locais apertados. A gente vai se acostumando, mas realmente traz alguns problemas.
Visualmente o jogo é muito bonito. Tecnicamente tem falhas, mas é lindo mesmo assim.
Os cenários são deslumbrantes. O jogo tem áreas gigantes e muito detalhadas, criando uma sensação de imensidão, mistério e magia, uma atmosfera que só um estúdio como a Team Ico faria. Durante a jornada atravessaremos cavernas, bosques e torres e todos têm seu charme. Particularmente, as primeiras áreas abertas que encontrei me deixaram impressionado. Ainda mais quando vemos Trico correndo pelo cenário como se fosse um pequeno animal de estimação.
E é justamente ele a outra parte boa do visual. A equipe deu uma atenção especial para transformá-lo na estrela do jogo e conseguiu, pois ele rouba totalmente a cena. Afinal, se ele não se parecer com uma criatura real não dá para criar o carinho que o jogo pede, mas Trico cumpre seu papel, seus movimentos e suas expressões dão uma profundidade ao personagem e nos leva a apreciar sua companhia.
Não é incomum interromper um pouco o jogo para olhar o que ele está fazendo, ou voltar um pouco do caminho para fazer um cafuné, principalmente quando ele enfia a cabeça em um corredor estreito. O jogo não precisa pedir, é espontâneo.
O único ponto fraco no visual é o garoto, que é bem simples em comparação. Possivelmente uma escolha artística da equipe para diferenciar as coisas. Outro problema notado é o frame-rate, que realmente tem quedas bem notáveis.
A música é sutil e gostosa de se ouvir. Está ausente em boa parte do jogo, mas quando aparece faz a diferença. Nos outros momentos ficamos com o som ambiente. É uma escolha artística que deixa o jogo mais calmo e minimalista e não dá para reclamar, funciona muito bem dessa forma.
Claro que também existem as músicas tensas para os momentos emocionantes. Mas no geral o sentimento que o jogo passa é a tranquilidade.
Nota do KIQ: Uma jornada extraordinária
Então valeu a pena esperar isso tudo? Valeu! E como!
O jogo cumpre com as expectativas e, principalmente para quem é fã de Ico ou de Shadow of the Colossus, é um título obrigatório. A magia e o charme que amamos voltou com toda a força e trouxe mais uma jornada cheia de aventura e emoção.
É uma história inesquecível de confiança e amizade que realmente cria laços com o jogador. Ele nos faz correr para chegar ao final e nos deixa tristes ao saber que acabou. É um jogo único que vale cada minuto.
5 comentários:
Muito boa análise! Espero mais posts aprofundados sobre o jogo :P
Fiquei triste com o final mas alegre com a cena pós-crédito, no geral foi uma obra de arte que eu terei o prazer de jogar varias vezes, estou anscioso pra ver ester-eggs descobertos kk
Não joguei ainda porque não tenho PS4, mas tô esperando já as teorias
2 anos atrás eu imaginava que esse post nunca ia existir...
Nota: Aquela música do primeiro trailer (acabou ficando bem marcada como sendo a música principal do jogo), acabou desaparecendo no jogo final, não é?
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